Outro estilo, mesma tradição

Talvez pelos desfalques que deixaram o poder de marcação menor, principalmente no meio-campo, o Boca Juniors mostrou uma característica diferente na partida de ida das oitavas de final da Libertadores. Mais ofensividade, chegada com mais jogadores à frente e defesa exposta. Muito diferente do time que não sofria gols e abusava da eficiência ofensiva na campanha invicta do último Argentino.

Mas o time xeneize não deixou de lado a tradição de sempre. Mostrou força, raça e no embalo da torcida arrancou um bom resultado diante de um organizado Unión Española. Mais um time chileno com interessante mapeamento tático. O 4-3-3 transforma-se em 4-1-4-1 sem a bola graças à abnegação dos pontas na marcação. Com a bola, os chilenos não se intimidaram com a Bombonera e tentaram jogar, saindo com inteligência e velocidade pelos lados.

O Boca demorou para se encontrar no jogo. Era forte pelo lado esquerdo, com Rodriguez e Erviti apoiando à todo instante. Mas dava espaços, principalmente nas costas de seu lateral, deixando Schiavi absolutamente perdido na zaga. O gol saiu graças à ofensividade da esquerda: passe longo para Rodriguez, que achou Riquelme, que tabelou com Cvitanich e abriu o placar. A Unión Española teve motivos para lamentar. Perdeu chances claras no primeiro tempo e deixava sair na frente um adversário forte.

Sem Ledesma, machucado, no segundo tempo, o Boca perdeu ainda mais força de marcação e qualidade no meio. Não conseguia segurar a bola e continuava exposto. E o Unión seguia perdendo chances até em uma das incontáveis falhas de posicionamento de Schiavi, empatar com Jaime. Na base do abafa, com o apoio da torcida, o Boca adiantou o time e pressionou. Até achar já no fim da partida, o gol com Santiago Silva.

Abro um capítulo à parte para o ótimo centro-avante argentino. Silva não é craque, não é extraordinário. Mas evolui à cada temporada e é importante demais para o Boca, por mais que boa parte da imprensa brasileira prefira lembrar apenas de sua passagem pelo Corinthians e defini-lo como "apenas um trombador".

O Boca exposto de hoje não deverá ser visto no Chile. Com a vantagem e a chance de jogar no erro do adversário, os xeneizes tendem a ser mortais na segunda partida. E o Marcação Cerrada segue alertando: fiquem atentos ao tradicional, mesmo quando joga fora de suas tradições.

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O 4-2-3-1 do Fluminense. Pouca mobilidade do setor ofensivo é compensada com "tesão".

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